quarta-feira, 24 de agosto de 2011

RENÚNCIA DE ARI ARTUZI FOI CONSPIRAÇÃO- PARTE II

 Sempre lutamos para tirar o Ari Artuzi da prefeitura, isso é publico e notório, pois Marcelo Barros, denunciava os erros daquela administração. Mas nunca imaginavamos dessa forma desumana.
Isso fez com que nossa família voltasse ao passado durante a ditadura, com as perseguições ao nosso pai Moacir Djalma Barros, Totó Câmara, Harrison de Figueiredo, dentre outros.
Esses senhores terão que pagar caro pela tortura feito ao desmiolado Ari Artuzi.
Leiam com atenção II parte, depois virá a III.
22/08/2011 – JucaJuca –
Comentário blog Valfrido Silva
ARTIGOS

29/04/2011

Renuncia de Ari Artuzi ... foi resultado de conspiração? Parte II


... continuação ...

Nota: Mesmo com toda a pressão o ex-prefeito Ari Artuzi resistiu o quanto pode a aceitar a rendição incondicional imposta pelas forças que se interessavam em mudar o panorama político de Dourados e que tinham expectativas de tomar a prefeitura para si. A fim de conseguir o intento empreenderam estratégia mais radical para alcançar o objetivo.

Ari Artuzi havia sido admitido na Penitenciária Federal de Campo Grande pelo juiz federal Corregedor da PFCG – Dalton Kita Conrado – de forma provisória, conforme se constata da nova decisão:

“Com os novos documentos acostados aos autos (fls. 22/38), verifico que estão presentes os requisitos que autorizam a remoção cautelar, uma vez que o preso estaria correndo risco de morte no ambiente prisional de origem.

Consta, inclusive, mensagem eletrônica enviada ao Ministério Público Federal informando da existência de um plano de homicídio contra o detento. Assim, a transferência é necessária para manter a integridade física do próprio preso.
...
Diante do exposto e por mais que dos autos consta, reconsidero a decisão de fIs. 15/16 e autorizo a inclusão provisória, na Penitenciária Federal de Campo Grande-MS, do preso ARI ARTUZI.”

Obviamente o juiz federal Corregedor da PFCG não podia saber que estava sendo “engabelado” e que a motivação para admitir a entrada de Ari Artuzi no âmbito do presídio federal se dava sob falsas premissas - um mero e-mail anônimo sem conteúdo que detalhasse o tal plano que colocava em risco a integridade do preso. Muito menos poderia imaginar o ilustre magistrado que o recolhimento de Artuzi na PFCG fazia parte de um plano para isolá-lo do contato com as pessoas que pudessem divulgar o que ele sabia e o que estava interessado em tornar público, conforme se constata pelo divulgado na imprensa local: “Na cadeia, Artuzi diz a agentes que quer dar entrevista” ... “... Ari Artuzi (PDT), prefeito de Dourados, falou a agentes que quer dar entrevista”.

Confrontado por um documento subscrito em 16/11/2010 pelo desembargador Manoel Mendes Carli o ex-prefeito foi convencido de que não mais seria solto e que sua mulher também ficaria presa por muito tempo o que prejudicaria irreversivelmente suas filhas.

No decorrer do texto, Mendes Carli fez constar:

“Assim, tendo em vista que o Ari Valdeci Artuzi é acusado de ter praticado crimes de forma reiterada contra a Administração Pública, que causou extrema revolta na população e, ainda, como consignado no ofício de f.6.434-6.436, o denunciado sofre risco de morte, além de haver plano de ceifar sua vida: 1) Em atenção ao Ofício n° 9.109/2019 - GAB/SR/DPF/MS, oficie-se, com urgência, ao juízo federal solicitando a inclusão definitiva de Ari Valdeci Artuzi na Penitenciária Federal de Campo Grande-MS, nos termos do artigo 3Q, inciso II, do Decreto no. 6.877/2000".

Leigo em Direito, foi fácil para os interessados convencer a Ari Artuzi que o termo “inclusão definitiva” a que se referia o desembargador Carli substituía o termo “inclusão provisória” inicialmente utilizado pelo juiz federal Dalton Kita e que o pedido do desembargador (mais que juiz na escala hierárquica) era pela sua prisão perpétua e que ele somente seria libertado caso assinasse um documento já pré-elaborado pelos “amigos” aceitando a renúncia.

Nota: O convencimento definitivo de que Ari Artuzi nunca mais seria solto se deu ao completar 86 dias de prisão. O ex-prefeito acreditava que seria a data limite (e máxima) de seu encarceramento.

Ao constatar que já havia ficado preso por 90 dias e não seria posto em liberdade não mais resistiu ao assédio e aceitou assinar o documento de renúncia em troca de sua liberdade e a de sua esposa que também ainda se encontrava presa em Dourados.

O conhecimento dos termos do documento de renúncia dá conta de que se trata de texto elaborado por pessoa culta e não poderia ser da lavra de alguém considerado praticamente analfabeto.

“CARTA DE ARI ARTUZI"

Exmo Sr Vereador Presidente da Câmara Municipal de Dourados-MS.

ARI VALDECIR ARTUZI, brasileiro, casado, prefeito municipal de Dourados, portador da cédula de identidade RGT 6030.438.227 SSPRS, inscrito no CPF sob o número 413.597.120-20, residente e domiciliando na cidade de Dourados, MS, com endereço a Rua Álvaro Brandão, 2095, Jardim Canaã, vem perante V. Excia renunciar ao mandato que lhe foi outorgado nas urnas pelo povo do município de dourados, pra ser Prefeito Municipal, em caráter irrevogável e irretratável, com efeitos imediatos.

Esclareço que renuncio ao mandato para garantir ao povo de Dourados a realização de eleições diretas e de imediato, acabando de vez com a discussão que está sendo travada, infelizmente, na forma das futuras eleições, com inúmeros interesses de uns e de outros, para que as eleições sejam diretas ou indiretas.

O povo tem o direito de escolher livremente o meu sucessor, em eleições diretas e transparentes, o que não ocorrerá se as eleições forem indiretas, como alguns desejam fazer.

Além disso, o jogo político hoje existente na Câmara Municipal levará a minha cassação, independentemente de qualquer defesa que eu apresente, como se denota das várias decisões já proferidas pela Câmara, que se recusa até mesmo a intimar minhas testemunhas para depor, mesmo sabendo da minha condição de preso. Não é um processo que segue as garantias constitucionais, mas sim um processo de cartas marcadas, de forma que não me submeterei ao teatro que se faz em torno de tal questão.

Requeiro, assim, a imediata comunicação de minha renuncia a todos os órgãos necessários, sobretudo ao Tribunal Regional Eleitoral do estado de Mato Grosso do sul para que imediatamente sejam convocadas novas eleições diretas no município de Dourados.

A presente renuncia é feita de forma livre e espontânea e expressa meu efetivo e real desejo, sendo que ela foi assinada na presença das pessoas que abaixo também assinam e que atestam que a renuncia expressa minha vontade.



Sob tortura mental e coação irresistível e após 90 dias de prisão, o ainda prefeito de Dourados assinou a renúncia e foi posto imediatamente em liberdade. No dia seguinte sua esposa também foi solta.

Importante questionar: Se não tivesse capitulado, quanto tempo mais Ari Artuzi ficaria recolhido no presídio federal e sua mulher no presídio feminino de Dourados? Essa imposição de dispor do cargo de prefeito para ser solto não torna o ato nulo por ter sido conseguido através de coação?

Se você leitor, estivesse no lugar de Ari Artuzi, preso, sem perspectivas de ser solto, com sua mulher também presa, longe de seus filhos e lhe oferecessem a liberdade em troca da renúncia, você também aceitaria ou resistiria eternamente?

FIM

Mais detalhes no processo nº 0009590-72.2010.403.6000


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